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Estratégias de atuação:

Para que a floresta esteja viva e prosperando, são necessários diversidade biológica, água limpa e abundante, e grandes áreas de terra conectadas entre si. E para que a vida de seus guardiões seja saudável, são necessários não apenas itens básicos de sobrevivência como alimento, água e saúde, mas, também, segurança e estabilidade para manutenção de seus modos de vida.

Nossas atividades sempre começam em campo. Ouvimos dos parceiros o que anseiam, o que precisam e o que esperam para o futuro. Eles identificam os territórios de relevância para sua sobrevivência e planejam os caminhos para protegê-los. A partir desse diálogo, desenvolvemos rotas de ação estratégica que nos conduzem coletivamente em direção aos nossos objetivos. Nossas ações são estruturadas coletivamente, em três pilares estratégicos:

                                     Território

Proteger as florestas e tudo o que há nelas

Em parceria com as comunidades locais, trabalhamos para combater as ameaças ao território. Nossas iniciativas com foco na proteção dos territórios estão focadas em garantir que a floresta, incluindo sua biodiversidade, suas águas e seus recursos, seja manejada e protegida, visando a saúde e a sustentabilidade de longo prazo. Oferecemos aos nossos parceiros ferramentas e condições para monitorar de perto e cuidar de seus ecossistemas, encorajando-os a adotar práticas sustentáveis de uso da terra. Também buscamos a ampliação de áreas protegidas legalmente reconhecidas como Terras Indígenas, contra a destruição da floresta.

A floresta conectada

Imagens de satélite são ferramentas muito poderosas para rastrear o desmatamento nas áreas em que focamos nosso trabalho, revelando padrões que poderíamos não notar de outra forma. 

Nas regiões dos grandes rios Caquetá e Putumayo, à medida que fluem para o leste dos Andes colombianos, as imagens nos mostram como as florestas se fragmentaram com o passar dos anos. Um mosaico de reservas indígenas, florestas ameaçadas, megaprojetos agrícolas, parques nacionais e terras degradadas coexistem. Há parques muito remotos para serem monitorados com eficácia e reservas muito pequenas para sustentar suas comunidades.

Como reconectar a floresta tropical?

Com apoio adequado, as comunidades podem reivindicar seus territórios ancestrais, restaurar suas florestas e vales de rios. Trabalhamos em toda a Amazônia para a expansão legal das reservas indígenas, especialmente como zonas tampão ao longo dos parques, e ajudamos a criar planos detalhados de gestão da terra para garantir sua sustentabilidade.

O trabalho de conectividade é um processo lento e cauteloso, envolvendo colaboração coletiva em grande escala. Como resultado global, concluímos a interligação de um corredor de áreas protegidas ao longo de mais de 37 mil quilômetros quadrados de bacias hidrográficas do Amazonas, por meio de expansões de reserva legal, em dezembro de 2017.

                                          Meios de vida

Defesa dos meios de vida tradicionais

Nossas iniciativas para garantir meios de vida aos povos tradicionais se concentram na estabilidade econômica e na manutenção dos modos de vida das comunidades parceiras. Isso é especialmente importante em áreas nas quais os conflitos socioambientais ou a degradação ambiental impossibilitam que as populações humanas possam suprir suas necessidades básicas e de seus territórios. Entre algumas ações estão garantir meios para segurança financeira das famílias, assim como a oferta de água potável, boa nutrição, remédios e energia. Nossas ações seguem métodos não destrutivos de uso e manejo florestal e de agricultura de subsistência, apoiando nossos parceiros em seus projetos de geração de renda sustentáveis e cuidadosos com o meio ambiente.

A floresta generosa

Na medida em que bens de consumo ocidentais se infiltram até nas florestas mais remotas, comunidades que antes prosperavam sem dinheiro agora precisam encontrar maneiras de pagar por suas conveniências. Empregos na mineração de ouro ou em outras indústrias destrutivas da floresta atraem jovens locais para longe de suas aldeias. Em muitos casos, mulheres cuidam sozinhas de suas famílias.

A nossa nova estratégia para o sustento dos modos de vida dos povos e comunidades da floresta foi desenvolvida, em parte, para encontrar fontes sustentáveis de recursos financeiros que fortaleçam as economias locais e protejam as florestas. Junto de nossos parceiros, estamos trabalhando em possibilidades para elaboração e comercialização de novos produtos florestais a partir de uma variedade de projetos piloto.

  • Brasil

Mulheres do território Ulupuene processam farinha para venda nos mercados locais.

  • Colômbia

Membros de comunidades que habitam as margens do rio Caquetá cultivam cacau. Suas árvores produzem óleos de alto valor para o mercado internacional de cosméticos.

  • Suriname

Povos indígenas e Matawi fazem artesanato, cultivam e comercializam pimentas moídas, chás de ervas e mel silvestre exclusivos para venda nas cidades vizinhas.

Governança 

Fortalecimento da organização e da autonomia dos povos

Para manter-se em seus territórios, os defensores da floresta precisam de muito mais do que recursos financeiros. Acreditamos que os povos que mantém vivas e fortes as suas tradições culturais, também possuem mais condições de lutar pelos seus direitos e proteger os seus territórios.

Ao longo dos séculos, muitas comunidades tradicionais e indígenas sofreram interferências externas que limitaram as práticas e reprodução de seus conhecimentos tradicionais. Muitas delas foram reduzidas em função da perda de tradições e costumes que sustentavam suas identidades.

Nossas iniciativas de governança auxiliam nossos parceiros na recuperação de sua tradução cultural por meio da educação, de programas de transmissão de conhecimentos e da restauração dos sistemas tradicionais de saúde.

Incentivamos a formação de instituições que fortaleçam a voz coletiva das comunidades e sua articulação para que tenham condições de defender sua autonomia. Apoiamos nossos parceiros a assumirem o controle de suas iniciativas, de suas florestas e de seu futuro.

Histórias e sobrevivência da floresta

A sobrevivência da floresta tropical depende da memória dos povos. Histórias mapeadas em determinada região podem ajudar as pessoas a lembrar onde há comida e água, ou onde os perigos estão escondidos. E essas histórias correm o risco de morrer.

Trabalhamos com povos e comunidades tradicionais da Amazônia no Brasil, Colômbia e Suriname para garantir que a transmissão de conhecimento entre as gerações locais continue. Este é um componente importante da governança.